domingo, 18 de setembro de 2011

Filho não pródigo!


Diversas são as interpretaçôes feitas sobre a famosa "Parábola do Filho Pródigo" ou, como alguns preferem, "Parábola do Pai Misericordioso". Não poucas vezes fomos estimulados a soltar o esperançoso brado: confiei no teu amor e voltei, sim aqui é meu lugar. Mas o que dizer do terceiro personagem? Aquele filho convidado a se alegrar com a conversão do irmão? Afinal ele entrou ou não para a festa? Tal resposta pode ser dada por cada um de nós.

O convite é para fazermos a experiência do filho não pródigo. Aquele que fica, embora desprovido de festas grandiosas e sem jamais receber reconhecimento humano. Manteve-se conciente de não precisar comer lavagem dos porcos para reconhercer a bondade infinita do Pai. Esse é o retrato do cristão simples que não precisa de visões ou curas milagrosas para descobrir no silêncio do anonimato: " Só Deus é bom".


Perserverar no oculto não traz aplausos de multidões, nem mesmo da parte da maioria dos irmãos-cristãos provém qualquer admiração. Hoje é comum ficarmos estupefatos diante da conversão de um drogado, de um ladrão ou assasino.

O método experimental nos impede a conhecer tudo para depois julgar a respectiva utilidade. É lamentável ter de reconhecer que, mesmo no âmbito vocacional, tornou-se comum confundir a idéia de maturidade. Considera-se madura a pessoa já experimentada em tudo. Quanto mais maculado o passado, mais o jovem parece estar preparado para o futuro. Triste engano! Será que um jovem cuja prudência sempre o motivo a fugir das situações pecaminosas não pode estar no mesmo (ou até superior) grau de maturidade?


Com efeito, não é necessário se aproximar de todo o lixo do pecado para maravilhar-se com a "suavidade de Deus". A bondade de Deus impõe-se por si. Não é o reconhecimento do pecado passado, a garantia da fidelidade do Pai.

A condição de filho mais velho, quando vivida em diálogo com o Pai, nos prepara profundamente para acolher o caído. É possível, na gratuidade, vivenciar a dor do próximo, sem nunca partilhar do mesmo pecado. É como se o filho não pródigo se fizesse pecado por partilhar a dor do mais jovem. Isso nos configura ao cristo que "se fez pecado" no madeiro da cruz. De fato: a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos do outro, em não surpreender com suas fraquezas, em aceitar o menor dom que se vê no outro (Sta. Teresinha do Menino Jesus).

A bem da verdade, não conseguimos calcular o que é mais belo ouvir: estavas morto e tornastes a viver, ou sempre estiveste comigo. Garantindo, porém, é que, no abraço dos dois irmãos,une-se por caminhos diferentes, uma única resposta do Pai: tudo o que é meu é teu!

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